(Esta coluna foi ao ar no Primeiro Plano/TV Manaíra e Band News FM Manaíra em 1 de setembro)
Nem o mais experiente dos políticos ou o mais douto dos
juristas esperava por esse final de trama! Final? Será? Salvando Dilma Rousseff da inelegibilidade, Senadores
abriram uma brecha que pode servir aos corruptos ainda não condenados com perda
de mandato, a exemplo de Eduardo Cunha.
Todos falam que os parlamentares criaram um “monstrengo
jurídico” difícil de derrubar. Logo após a sessão histórica de quarta-feira, 31
de agosto, alguns deles vociferaram contra a decisão dos colegas. José Maranhão,
presidente do PMDB na Paraíba, foi um deles. Reclamou e depositou suas
esperanças no Supremo Tribunal Federal. Os Ministros da Corte Maior precisam decidir
essa questão, disse ele. PMDB, inclusive, junto com PSDB, PEM, PPS e outros
partidos, entraram com Mandado de Segurança Coletivo no Supremo para tentar anular
a decisão do plenário do Senado, mesmo sabendo que correm o risco de ver o
processo de impeachment anulado caso o STF julgue a matéria. É uma
possibilidade.
Essa judicialização da política brasileira
é nefasta para o Sistema... Nefasta porque o judiciário, nesse caso, representa
a força. São decisões que entram goela abaixo. Entre a força e o diálogo, eu
fico com a segunda opção. Mas não sou eu a brigar por um mandato ou governo. E de olho na
força do STF, Dilma Rousseff também não se fez de rogada e entrou com Mandado
de Segurança para reverter sua cassação. O caso caiu nas mãos de Teori Zavascki e não tem prazo para ser julgado, assim como não há prazo para julgamento da
chapa PT/PMDB no Tribunal Superior Eleitoral. Se houvesse, Michel Temer teria
motivos para se preocupar.
Posto isso, me atenho aos discursos do ex-aliados... Primeiro
o de Temer. Em meio a todo o blá-blá-blá, o agora Presidente da República
deixou muito claro que, sacramentado no cargo,
dará início ao arrocho fiscal e a uma política de austeridade chamada
por economistas experientes de austericídio. As prioridades são as reformas
trabalhista e previdenciária com foco na flexibilização de direitos
consolidados pela CLT, a suspensão de concursos públicos, o encolhimento de
repasses para Estados e para o SUS, etc. Concretizando-se essas metas,
Estados sofrerão. Vai ser uma montanha russa em descida constante... A previsão
de economistas não é otimista, diferente do que dizem muitos parlamentares
paraibanos. A tendência é, que daqui pra frente, mais postos de trabalho sejam
fechados. Tendência. Pode ser que os economistas estejam errados. Duvido muito.
Texto lúcido ... O que precisamos agora é lutar por eleições para todos os níveis com uma assembleia que faça as reformas de base necessárias para o país...
ResponderExcluirObrigada pela participação, Wagner. Grande e fraterno abraço.
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