Hoje eu conversei com Victor Hugo, do PSOL. O candidato à
prefeitura da capital abriu a segunda rodada de entrevistas do Primeiro Plano, TV
Manaíra. Victor Hugo é o que menos tem pontuado nas pesquisas de intenções de
voto mais recentes: 2% em uma, menos de 1% em outra. Ele não desqualifica os
números mas prefere ignorar os resultados. Diz que está focado no trabalho que
tem feito nas comunidades e acredita que, por representar uma alternativa aos
modelos de gestão já conhecidos do eleitor, pode crescer nessa reta final de
campanha. Auditor fiscal do Estado, nunca disputou um cargo eletivo. Para ele,
esse é um ponto positivo. É o novo na disputa
contra velhas políticas, afirma.
Representante de um partido que optou por não se coligar com
nenhum outro, rechaçando assim as alianças de ocasião, Victor Hugo, no quesito transporte
público – um dos calos de qualquer gestor –, promete quebrar o monopólio
empresarial, abrir o mercado e, com isso, estimular o que chama de boa competição
entre as concessionárias. Isso as obrigaria a melhorar o serviço e praticar
preços mais competitivos. Esse talvez
seja o ponto de maior destaque de Victor Hugo em relação aos demais
concorrentes.
No mais, é tudo muito parecido. Com o fim de ajudar no
combate à violência, o candidato do PSOL propõe investir em iluminação pública
e na melhoria da infraestrutura das periferias; na saúde, quer ampliar a rede
de atendimento familiar. A palavra de ordem é humanizar. Para isso, propõe
também integrar secretarias, promover cultura e fortalecimento dos movimentos
sociais. Como vai fazer isso sem experiência em gestão? Com vontade e controle
dos gastos públicos, garante, começando pelo corte na carne da máquina,
reduzindo o inchaço e queimando gorduras.
Esse discurso é bom, mas tem um impacto muito pequeno no
eleitor que anda ressabiado, desconfiado da classe política. Ainda mais quando
não há parâmetros para comparar uma vez que Victor Hugo nunca teve mandato. Para
alguns eleitores, votar no candidato do PSOL é atirar no escuro. Provar o contrário
a 12 dias das eleições é o maior desafio desse estreante das urnas. Sem a pretensão de vencer, Victor Hugo se
esforça para a desequilibrar a balança que pende para o lado do candidato que
tenta a reeleição. Terá de ser um esforço descomunal, e o histórico de vida, a
questão pessoal, pode ajudar nisso.
Amanhã, 21/09/16, eu converso com Luciano Cartaxo, do PSD. O primeiro
plano começa às 12h55.
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