A rodada de entrevistas com os candidatos à prefeitura de
João Pessoa no Primeiro Plano chegou ao segundo dia. Conversei com Luciano
Cartaxo, do PSD. Cartaxo tenta a reeleição e chega às vésperas da votação com
uma certeza: é o mais bem colocado nas pesquisas. Seu índice de rejeição tem
caído e ainda há certa folga temporal para ampliar essa vantagem no jogo. Mas
não dá para cantar vitória. Não até saber o resultado das urnas.
A favor de Cartaxo há um mandato inteiro. Contra Cartaxo há também
um mandato inteiro. Obras que dividem opiniões, arrancam elogios e críticas.
Caso do novo Parque da Lagoa: se por um lado há quem o aplauda por devolver à
cidade um patrimônio que envelhecia sem manutenção ou intervenções mais
robustas; por outro, há quem o questione e cobre explicações sobre relatório da
CGU, a Controladoria Geral da União, que apontou desvio de milhões de reais na execução do projeto.
A favor de Cartaxo há 4 anos de gestão. Contra ele, os
mesmos 4 anos. Nesse período, muito se prometeu e nem tudo foi feito. Há quem
comemore a construção do viaduto Geraldo Mariz (que ajudou a escoar o trânsito
da avenida Epitácio Pessoa); há quem se dê por satisfeito com as melhorias nas
estruturas das escolas, com as construções de praças que promovem a prática de atividades
físicas... Há também quem questione – desconfiado
– da prematura morte do Hospital da Mulher, projeto que nunca saiu do papel por
questão de ordem financeira segundo Cartaxo. Há quem reclame da ausência de um
plano de mobilidade urbana, do BRT, da demora da construção da ponte sobre o Rio
Jaguaribe, na avenida Beira Rio, e todos os transtornos que surgiram quando a
obra começou em junho de 2014.
Há muitos dedos apontados contra o atual gestor da Capital.
Há também muitas desculpas e transferência de responsabilidades: seja no
quesito segurança pública, seja no quesito saúde. Mas Cartaxo, orientado por
sua equipe, adotou uma estratégia que parece surtir efeito na maioria dos
eleitores: foge das questões mais polêmicas e concentra sua atenção no que
considera os pontos mais fortes de sua administração: capacitação da guarda
municipal, iluminação de espaços públicos, climatização de escolas, realização
de concurso e convocação de todos os aprovados... Isso é pouco para alguns, mas
parece suficiente para outros. Tanto que Cartaxo só cresce nas pesquisas de
intenção de voto.
Se as eleições fossem hoje, provável que estivesse eleito. Mas
as eleições são só daqui a 2 semanas, e historicamente, na Paraíba, aqueles que
tinham a máquina na mão e estavam bem nas pesquisas foram derrotados. Sabendo
disso, Cartaxo não se dá ao luxo de relaxar. Tanto que diz: só paro às 5 da
tarde do dia 2 de outubro. É... Guerra é guerra.