Temer
estreou na comunidade internacional como presidente do Brasil. Não foi,
contudo, uma estreia apoteótica, cheia de pompa e brilho. Primeiro porque falta
a Temer o peso e a legitimidade das urnas. Naturalmente, em função disso, ele
não é sucesso de crítica. Segundo porque o Brasil pilotado pelo peemedebista há
4 meses, tem o pior desempenho dentre os países que formam o bloco das 20
maiores potências econômicas do mundo. Parte disso é culpa de Dilma Rousseff! Foram inúmeras bolas-fora e insucessos em finalizações de projetos graças às
jogadas táticas dos deputados federais e senadores que, muitas vezes, embolaram
o meio de campo, fecharam a pequena área e blindaram o gol.
Na
China, Temer anunciou sua disposição em fazer reformas estruturais para acertar
as contas públicas. Nesse sentido, esse discurso até entra consonância com a
proposta do G20 pra retomada do crescimento. No entanto, o acerto de contas, por si só, não traz o crescimento a reboque. E é aí que os discursos de Temer e das demais potências do G20 não se comunicam. Esperar
que a só política de austeridade coloque essa locomotiva no trilho certo é
contar com uma boa dose de sorte e uma porção generosa de fé e ingenuidade.
Em
2013, a meta de crescimento do G20 até 2018 era de 5%. Diante da atual
realidade do Brasil isso é quase impossível vez que o esforço para saldar as
contas públicas vem acompanhado de cortes de recursos que enfraquecem os Estados
e paralisam o consumo, vital para o modelo de mercado que temos aqui. Há no
plano de Temer certa contradição. De um lado, o governo anuncia uma série de
medidas que vão passar como rolo compressor em cima de direitos adquiridos por
trabalhadores, aposentados, pensionistas... Do outro, e na contramão disso, concede-se
aumento de mais de 40% para o judiciário, renegocia-se dívidas de Estados devedores em troca de quase nada.
Pergunto:
Como fazer um ajuste fiscal quando se aumentam gastos de um lado, e criam-se
despesas do outro? Se Temer já pegou uma situação fiscal difícil, frágil, combalida, por que aumentar as despesas e dar continuidade à sangria? Tem coisa nessa
história que não está batendo! Dizem que na teoria, tudo é fácil. Nesse caso, a
gente sabe que não é, ainda mais quando a teoria está muito mal explicada.
Valeu, Jane!
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