O acidente que tirou a vida de 10 paraibanos na BR 251, em Minas Gerais, pode ter sido fruto da imprudência mesmo, mas também foi efeito colateral da corrupção que sangra o país e consome vidas, direta e indiretamente.
A BR 251 é a segunda mais perigosa de Minas. Não sou eu quem diz. É o
Denit. 218 quilômetros são considerados críticos. Os motivos passam pela
péssima conservação da rodovia que é relativamente nova - foi construída
na década de 80 –, mas é estreita e tem movimento intenso porque encurta a viagem entre o Nordeste e o Sudoeste do país
em 300 quilômetros.
Estreita e mortal como muitas rodovias do Brasil. Relatório da
Confederação Nacional de Transportes divulgado no fim de 2017 apontou que 61,8%
dos 106 mil quilômetros avaliados foram considerados regulares, ruins ou
péssimos.
A queda na qualidade das nossas estradas é
resultado do baixo histórico de investimentos na malha rodoviária brasileira. O
estudo da CNT aponta que em 2011 o governo federal disponibilizou pouco mais de
R$ 11 bilhões para melhoramento da estrutura das rodovias do país. Em 2016, o
volume investido despencou: R$ 8,61 bilhões.
Foi a crise? Ela contribuiu. Mas foi também a
corrupção que desviou e desvia dinheiro da saúde, da educação, de obras
públicas... Que usa o material mais barato ou que superfatura contratos.
Pode não parecer, pelo menos à primeira vista, mas
a corrupção suga, atrapalha, congela investimentos. E porque privatiza recursos
públicos e muda as prioridades, também mata...
Direta ou indiretamente.
Números da Paraíba
Na contramão de uma tendência nacional, 76,4% das
estradas e rodovias do Estado são consideradas regulares, boas ou ótimas de
acordo com a CNT. No Nordeste, a Paraíba fica em segundo lugar em número de
rodovias mais bem avaliadas, só perde para Alagoas.
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