quarta-feira, 17 de janeiro de 2018

Corrupção mata... De uma forma ou de outra


O acidente que tirou a vida de 10 paraibanos na BR 251, em Minas Gerais, pode ter sido fruto da imprudência mesmo, mas também foi efeito colateral da corrupção que sangra o país e consome vidas, direta e indiretamente.

A BR 251 é a segunda mais perigosa de Minas. Não sou eu quem diz. É o Denit. 218 quilômetros são considerados críticos. Os motivos passam pela péssima conservação da rodovia que é relativamente nova - foi construída na década de 80 –, mas é estreita e tem movimento intenso porque encurta a viagem entre o Nordeste e o Sudoeste do país em 300 quilômetros.

Estreita e mortal como muitas rodovias do Brasil. Relatório da Confederação Nacional de Transportes divulgado no fim de 2017 apontou que 61,8% dos 106 mil quilômetros avaliados foram considerados regulares, ruins ou péssimos.

A queda na qualidade das nossas estradas é resultado do baixo histórico de investimentos na malha rodoviária brasileira. O estudo da CNT aponta que em 2011 o governo federal disponibilizou pouco mais de R$ 11 bilhões para melhoramento da estrutura das rodovias do país. Em 2016, o volume investido despencou: R$ 8,61 bilhões.

Foi a crise? Ela contribuiu. Mas foi também a corrupção que desviou e desvia dinheiro da saúde, da educação, de obras públicas... Que usa o material mais barato ou que superfatura contratos.

Pode não parecer, pelo menos à primeira vista, mas a corrupção suga, atrapalha, congela investimentos. E porque privatiza recursos públicos e muda as prioridades, também mata...
Direta ou indiretamente.

Números da Paraíba
Na contramão de uma tendência nacional, 76,4% das estradas e rodovias do Estado são consideradas regulares, boas ou ótimas de acordo com a CNT. No Nordeste, a Paraíba fica em segundo lugar em número de rodovias mais bem avaliadas, só perde para Alagoas.


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