Falta capacidade técnica, sobra (des)arranjo político. André
Amaral, deputado federal pelo PMDB, pode ser o novo ministro da cultura. É
naquele modelo: só tem tu, vai tu mesmo. O jovem de 26 anos é a aposta de Temer
que, vamos combinar, já não tem tantas apostas assim.
Amaral chegou ao posto de deputado por ironia do destino. Suplente
nas eleições de 2014 quando o PMDB optou por uma chapa puro sangue, assumiu a
titularidade em definitivo logo que Manoel Júnior abriu mão do mandato para se
tornar vice-prefeito de João Pessoa.
André Amaral teve pouco mais de 6 mil votos, atuou no PMDB jovem e
só. Não concluiu o curso superior. Mas até aí nenhum problema poque diploma, em
tese, não mede capacidade. O problema é a pouca intimidade do parlamentar com a
pasta em questão, o conhecimento inexpressivo, a falta de traquejo para lidar
com a temática com a atenção que ela merece.
A indicação de André Amaral é só um espinho numa ferida exposta. A
turbulência na pasta mostra que o governo está sem prumo. São 3 quedas de
ministros em pouco mais de 1 ano e uma série de polêmicas e protestos da classe
artística. Você deve lembrar. Logo que assumiu a presidência, Temer ensaiou
acabar com o Ministério.
Hoje, sem recursos, o Minc não parece muito atrativo. O
ex-ministro interino, João Batista de Andrade, chegou a dizer que o Ministério
é inviável. Quando assumiu a bronca, precisou administrar um corte de 43% no
orçamento. Disse até que há um descaso institucional e lembrou que o Fundo
Nacional de Cultura, que já teve R$ 500 milhões na conta, hoje não dispõe de um
centavo sequer, ou seja, o Ministério é uma bomba relógio.
A inexperiência de André Amaral, caso o nome dele se confirme, não
deve aplacar a crise, tampouco trazer desenvolvimento à pasta quando não há
investimento. Pode até representar crescimento meteórico para a carreira
política do jovem paraibano, mas é bom lembrar: quando se vai com sede demais
ao pote e, sem planejamento se dá um passo maior que as pernas, o tombo é
inevitável.
Nenhum comentário:
Postar um comentário