quinta-feira, 3 de agosto de 2017

Crise econômica x crise moral

A pressão de Michel Temer, a negociação de cargos e emendas em troca de apoio surtiram efeito. O presidente ganhou a queda de braço com a Procuradoria Geral da República e garantiu a vitória na Câmara Federal graças aos 263 deputados que rejeitaram a denúncia de corrupção passiva contra ele.

Dos 6 paraibanos que engrossaram esse placar, não há muito o que comentar. Todos da base de sustentação do presidente. Cinco votaram pela investigação. Foi daí que veio a surpresa. Wellington Roberto, do PR, contrariou a orientação do partido - e até mesmo a própria trajetória - e se posicionou contra Temer, inclusive contra a reforma da Previdência dizendo que não trairia seus eleitores. Um lampejo de coerência? Ou o medo das urnas. Sim, porque quem tem mandato, tem medo. Precisa de voto.

Houve um faltoso:  Wilson Filho, do PTB, líder da bancada federal. Alegou uma viagem aos Estados Unidos. Mas aí, nenhuma estranheza. O deputado tem fugido de embates profundos. É uma estratégia para não ficar mal com o governo nem com a base eleitoral dele. Mas omissão, devia saber, é um pecado.

Os que salvaram o pescoço de temer, o fizeram em nome da economia. Fecharam os olhos para as provas apresentadas por Rodrigo Janot contra o presidente porque acreditam que a queda dele traria prejuízos à retoma do crescimento do país. Na balança entre a estabilidade econômica e o compromisso moral de combate à corrupção, ganhou a primeira. Reverter, portanto, a crise moral e política que assola o país não é a prioridade da lista da maioria dos deputados federais.

E o balcão de negócios não acabou. Virada essa página, o governo agora concentra as atenções na reforma da Previdência. Essa vai ser uma batalha mais difícil. Quiçá mais cara... Custeada com dinheiro público.

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