A pressão de Michel Temer, a negociação de cargos e emendas
em troca de apoio surtiram efeito. O presidente ganhou a queda de braço com a
Procuradoria Geral da República e garantiu a vitória na Câmara Federal graças
aos 263 deputados que rejeitaram a denúncia de corrupção passiva contra ele.
Dos 6 paraibanos que engrossaram esse placar, não há muito o
que comentar. Todos da base de sustentação do presidente. Cinco votaram pela
investigação. Foi daí que veio a surpresa. Wellington Roberto, do PR,
contrariou a orientação do partido - e até mesmo a própria trajetória - e se
posicionou contra Temer, inclusive contra a reforma da Previdência dizendo que
não trairia seus eleitores. Um lampejo de coerência? Ou o medo das urnas. Sim,
porque quem tem mandato, tem medo. Precisa de voto.
Houve um faltoso:
Wilson Filho, do PTB, líder da bancada federal. Alegou uma viagem aos
Estados Unidos. Mas aí, nenhuma estranheza. O deputado tem fugido de embates
profundos. É uma estratégia para não ficar mal com o governo nem com a base
eleitoral dele. Mas omissão, devia saber, é um pecado.
Os que salvaram o pescoço de temer, o fizeram em nome da
economia. Fecharam os olhos para as provas apresentadas por Rodrigo Janot
contra o presidente porque acreditam que a queda dele traria prejuízos à retoma
do crescimento do país. Na balança entre a estabilidade econômica e o
compromisso moral de combate à corrupção, ganhou a primeira. Reverter,
portanto, a crise moral e política que assola o país não é a prioridade da
lista da maioria dos deputados federais.
E o balcão de negócios não acabou. Virada essa página, o
governo agora concentra as atenções na reforma da Previdência. Essa vai ser uma
batalha mais difícil. Quiçá mais cara... Custeada com dinheiro público.
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