quarta-feira, 28 de dezembro de 2016

Ricardo, Cássio e o Senado


2018. Há quem acredite que é muito cedo para se falar em eleições. O governador Ricardo Coutinho joga nesse time e ainda provoca quando questionado sobre o Senado. Diz: “por que eu tenho que ser senador?”, “por que meu projeto político não pode ser diferente disso?” Ora… Poder, pode. Mas muitos perguntam porque esse é, via de regra, o caminho natural das coisas depois de dois mandatos consecutivos de governador e na impossibilidade legal de emendar um terceiro mandato. Foi assim com José Maranhão, eleito em 2014, e com Cássio Cunha Lima, eleito em 2010.

Dizem que, pessoalmente, o projeto de Ricardo é outro: disputar a prefeitura de João Pessoa em 2020. Fazer o que não tem sido feito, segundo ele. Se pudesse escolher, seria essa uma alternativa em potencial. Mas os planos do PSB para ele podem ser outros. O nome de Ricardo Coutinho já foi ventilado para disputas nacionais. Falaram até na Presidência da República. Agora esse crescimento teria que ser construído e a porta de entrada seria o Senado Federal.

O mandato de senador é de oito anos. Em uma eleição são renovados dois terços das 81 cadeiras do Senado, que tem três senadores para cada Estado da federação; na eleição seguinte, há a renovação de apenas um terço. Em 2018, duas das três vagas de senadores paraibanos vão estar disponíveis: a de Raimundo Lira/PMDB, que assumiu a vaga de Vital do Rêgo – hoje ministro do TCU, e a de Cássio Cunha Lima/PSDB Lira tem feito um trabalho reconhecido pelo Partido e pelo Congresso. Já chegou até ser cogitado para Ministro de Michel Temer. Foi ele quem presidiu a comissão do impeachment de Dilma Rousseff e vai ser ele o novo líder do partido no Senado, função hoje ocupada por Eunício Oliveira. Lira é riquíssimo. Tem uma fortuna avaliada em mais de 55 milhões de reais. Pode muito bem bancar a própria eleição e levar uma das vagas. E ele bem que está gostando do ofício.

Para a vaga restante, uma super e histórica disputa entre Cássio Cunha Lima e Ricardo Coutinho. Eles já se odiaram, já se amaram e hoje estão em lados opostos como um casal depois de separação conturbada. Ricardo tem grandes possibilidades. Tem sido protagonista nos encontros de governadores do Nordeste. Tem apoio de Lira. Sem falar que o PSB pode fechar com PMDB e formar uma aliança para indicar 2 nomes para a disputa. Esse estratégia é bem comum. Cássio tem feito um bom trabalho no Senado, foi um dos principais articuladores do Impeachment, ganhou ainda mais projeção nacional, mas pode sofrer o abalo da provável candidatura do adversário socialista.


Se isso se concretizar, Se Ricardo Coutinho entrar na briga por uma das duas vagas no Senado, Cássio Cunha Lima que se prepare. O chumbo é grosso e a possibilidade de não se reeleger, real.

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